sábado, setembro 25

Pra menina da cadeira ao lado.


Era uma vez uma menina. Calada, comportada, ilegível. Dona de sorrisos sinceros, pensamentos secretos e de sonhos malucos. Tão malucos que até hoje eu penso em um jeito de decifrar e torna-los reais.Vivia num mundo só dela. Ninguém ia lá. Ninguém nunca sabia o que acontecia naquele lugar, só ela. De tão ilegível que era, ninguém nunca conseguiu ultrapassar os muros que davam para seu coração. Seus olhos eram os mais bonitos que existiam, daqueles que são mesmo a janela da alma. Olhos aquele que diziam tanto sobre ela, que era quase possível dizer o que se passava dentro daquele coração. Um dia aquela menina, quieta que só, permitiu que eu me aproximasse. E eu, que nada tinha a oferecer, ofereci apenas um lugar pra que ela pudesse colocar sua cadeira. Entre a minha cadeira e a da menina, havia um buraco. Grande, muito grande. Mas no fundo, bem no fundo daquele buraco, havia uma semente nascendo, não só a sementinha do mal que em breve a menina se tornaria, mas também a semente da amizade. Amizade aquela que depois de alguns anos se tornaria uma irmandade, muito maior do que aquele buraco que antes nos separava. Muito maior do que muitas pessoas achavam ser possível, maior até do que o que eu mesma posso entender. A menina, que sempre foi pequenininha, foi crescendo. E se tornando mais amiga, mais legível, e começou a brilhar. Um dia, quando eu fui ver como estava aquele buraco que um dia estava entre nós duas, eu me dei conta de que ele não existia mais. Aquele buraco foi sendo soterrado ao longo dos anos porque nós fomos depositando ali sorrisos, conversas, abraços e canções. A menina dos sonhos malucos, havia permitido que eu entrasse naquele universo só dela! E agora que nossas cadeiras se uniram, agora que a menina se tornou tão sementinha do mal quanto eu, agora que descobrimos aos poucos o mundo uma da outra, só me resta agradecer a menina tudo o que ela já fez. Só me resta agradecer a menina ter deixado eu me sentar ao seu lado, dizer o que se passava naquele mundo que ela não entendia e dizer que tudo poderia ser melhor se ela tentasse. E eu só quero agradecer a menina, depois de onze anos, por ser minha amiga-irmã-estrela. Por ser a minha estrela, e a dona da cadeira ao lado da minha. Obrigada menina, por nunca me deixar e sempre ouvir os meus dramas. Obrigada por onze anos de amizade. Lembre-se menina, onde estiver não esqueça de brilhar jamais, pois é o seu brilho que ilumina o seu e o meu caminho. E mais, eu te amo muito.
Pra melhor, Camila Pereira Santos.

ps: sinceramente, eu não gostei desse texto. mas a intenção é a que vale né! rs

Um comentário:

  1. eu to sem palavras, serio amor, *------------* que limdo meu $: ah essa japinha sempre me surpreendendo com essas palavras formais. eu que te agradeço amor, por ter entrado no meu mundo, e ser parte dele por 11 anos, eu te amo muito s2

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